Tuesday, April 11, 2006

Aqui jaz

Tem vezes que eu morro e me enterro. Só não berro porquê não tolero, vou ao mosteiro e penso, e nego. Essa minha birra tão ranzinza. Tão menina... Tão perdida que acabo sozinha fora da rotina. Descobri que colocaram uma corrente de aço na minha porta que teria o acesso ao mundo dos adultos e eu sozinha não consigo arrebentá-la. Quem seria tão mau a ponto de deixar-me deste lado de fora! Como ousa, tal elemento. Como ousa cuspir na minha realidade presente, que é a única coisa que tenho, que é a única coisa que almejo. Tenho nojo. Nojo de arquivos mofados através do tempo. Hoje precisei correr um pouco mais pelo corredor que me encontro do lado de fora que acabei ficando de um lado para o outro suando, ousando. Só que além das correntes descobri que especialmente hoje haviam também baratas sujas e imundas, sussurando em ouvidos alheios, muito feio. Não estou mentindo, sem rodeios! Bichos os quais me deixaram nauseada ao ver tanta hipocrisia, tanta paralisia de um mundo que é só meu e ninguém mais entende... Mas eu preciso mesmo entrar por essa porta, não importa quais os lixos que irei encontrar por ali, ou por lá. Lembrei-me agora até de um fato importante: deixei meu escudo em casa. Não pelo fato de esquece-lo mas sim, por não poder mais carregá-lo. Que fardo! Estou sozinha e meu caminho, amordaçado. Onde está meu gado. Onde está meu eu amado...

3 comments:

Marcelo Salomão said...

Oi, encontrei por acaso seu blog.
Gostei da força dos seus textos.

Vou passar mais vezes.

Marcelo Salomão said...

Sim, gostei dos seus textos. Tem uma urgência, uma sinceridade, um uso de metáforas que expessam bem seus pensamentos.
Enfim, gostei.

Vou linkar vc lá no meu blog.
Obrigado pela visita.

Anonymous said...

Mi, nada acontece sem um porquê...
Aceita e siga em frente...algo está te aguardando, seja lá o que for...
Bjos da sua irmãzinha que te ama muito!!! Muito, muito!!!
Bjos